A vida noturna é um rito de passagem

Convenhamos: a vida cotidiana de um humano de classe média, no século 21, em ambientes urbanos é, na maior parte do tempo, previsível e ordinária. Não estou aqui pleiteando que não haja glória nas pequenas alegrias do dia-a-dia. Sou uma entusiasta da hora de ir dormir lendo um livro, de sentir o cheiro do café de manhã (ou de tarde, dependendo da sua rotina), de ir à feira sob o sol de inverno, de andar de bicicleta na ciclovia da Paulista, de ouvir o barulho da rolha saindo da garrafa de vinho (suspiros). Mas e os momentos épicos? As reviravoltas na trama? O imprevisível e o improviso? As soluções engenhosas pra problemas inesperados?

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Pelo direito a não ter carreira alguma


“Carreiras são uma invenção do século 20, e eu não quero uma”. Quando li essa frase, conclui no ato: nem eu! Um dos primeiros pânicos que tive, ainda bem nova, ao me projetar adulta era justamente esse: como é que eu vou conseguir trabalhar a vida toda fazendo a mesma coisa? Tinha calafrios noturnos com a ideia. Isso muito antes de ler a frase acima no livro de Jon Krakauer, Na Natureza Selvagem. Muito antes de saber que não era preciso fazer todo dia a mesma coisa pra ser um adulto. Se soubesse então que carreiras são uma invenção recente, teria me concentrado em sofrer apenas com os outros dois desse trio de terrores do reino assombrado da “maturidade”: 1) acordar cedo todo dia; 2) e ter que virar esposa e mãe. Me sentia completamente inapta pra todos eles.

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