Incredible India

O Ministério do Turismo indiano adota essa alcunha adorável. O nome do site oficial desse ministério é, de fato, Incredible India, Índia inacreditável. Descobri isso em minha primeira viagem ao país, em Outubro de 2012, para a COP 11, a Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica. A série aqui apresentada traz pessoas e lugares dessa Hyderabad, que esteve sob domínio muçulmano por muitos séculos – e isso se reflete em sua arquitetura e fortificações –, seus bazares e sua efusiva venda de pérolas. Foi minha primeira vez fotografando a abertura solar e singular desse povo carinhoso a seus visitantes estrangeiros. Tenho uma certa nostalgia vendo essas fotos pela inocência que ainda havia em mim, nos fotografados e no mundo. 

Série completa na coluna Gaveta Azul no site da Revista Philos.

Nepal em 120mm

Agora deixamos Katmandu e o entorno de Boudhanath Stupa, passamos por Bandipur e seguimos pelas estradas sinuosas que separam Katmandu de Pokhara, cidade quase balneário à beira do Lago Fewa e aos pés de Sarangkot, um pico baixo para os padrões dos Himalaias e do topo do qual se vê uma vasta extensão dessa formação rochosa que ocupa mais da metade do país e também o próprio lago, como quem olha uma piscina de cima. Apesar dos picos sempre gelados e nevados dos Himalaias, Pokhara tem uma temperatura amena, árvores verdes e ruas encharcadas de lama. Ali passei a maior parte de minha estadia no Nepal.

Série completa na coluna Gaveta Azul no site da Revista Philos.

Postais do teto do mundo

Em 2014, parti para uma viagem profunda e inesquecível de 6 seis semanas no Nepal. Durante as próximas semanas, vou publicar uma sequência de séries fotográficas dessa viagem ao teto do mundo. A maioria delas feita em formato 120mm, algumas em 35mm. Essa semana começo com a vida no entorno de Boudhanath Stupa, o templo budista mais importante do mundo fora do Tibete e principal destinação de budistas de todas as partes –dado que o acesso Lhasa é quase impossível. Além dos monges de várias idades e múltiplos mosteiros ali próximo e também dos milhares de fiéis que se movem como um cardume em torno do axis mundi de Boudha, ali, como em qualquer lugar, pulsa também uma vida cotidiana e ordinária. Tem feira, gente indo trabalhar, vacas, cachorros, crianças, lojas de bugingangas, malandros espertos esperando para extorquir algum turista inocente e o mercado que gira em torno da fé.

Série completa na coluna Gaveta Azul no site da Revista Philos.

Inland Empire

Em abril de 2014, na primavera do hemisfério norte, viajei pelo deserto da Califórnia a bordo de um Volvo 1992. A série fotográfica que nasceu dessa viagem foi batizada com o nome que se dá à região desértica a leste de Los Angeles e que ganhou notoriedade com a frequentação do Rat Pack. O grupo de artistas tinha entre seus membros ilustres Frank Sinatra, Sammy Davies Jr., Judy Garland, Lauren Bacall, Dean Martin, Shirley MacLaine, Peter Lawford e Joey Bishop e fazia farras que entraram para a história das depauperadas cidades-casino do vale desértico. Graças a eles a região adquiriu um certo prestígio, ainda que decadente. Décadence avec éllégance.

Série completa na coluna Gaveta Azul no site da Revista Philos.

Os rostos de Varanasi e do Ganga

Em julho de 2016, fui pela primeira vez a Varanasi, a mais importante das cidades sagradas hindus e uma das mais antigas do mundo continuamente habitadas. Reza a lenda e historiografia que ali vive gente, à beira do rio, há mais de 5 mil anos. Essa primeira passagem pela cidade foi no período das monções e, portanto, da cheia do rio. Seis meses depois conheceria Varanasi na seca, uma experiência bem diferente, mas sempre fabulosa.

Texto e série completa na coluna Gaveta Azul no site da Revista Philos.

Todas as fotos de Maria Bitarello em 120mm. Julho 2016, Varanasi, Índia

‘A gente está sempre saindo de casa’

Fui ver “Homem com H”, filme de Esmir Filho sobre o Ney Matogrosso que está nos cinemas. Um dos pontos centrais da obra é a relação conflituosa que Ney tem uma boa parte da vida com o pai, mesmo tendo saído (sido expulso) de casa novinho. A saída ou expulsão de casa é um tema de reflexão que me persegue. Tenho grande interesse em tentar entender como esse rito de passagem nos afeta e transforma. Quem veio parar em São Paulo sem ser daqui convive, imagino, assim como eu, com uma maioria de forasteiros. Gente que escolheu esse lugar. Suspeito que essa escolha, para onde vamos?, está entre as mais importantes que fazemos em nossas vidas. Mais que isso, confio que não é à toa que tanta gente vem parar em certos lugares, que não são só dinheiro e trabalho o chamariz. Têm cidades vocacionadas para receber uma fauna tão diversa de seres humanos. São Paulo, certamente. E é o encontro de uma pessoa com uma cidade que faz nascer esse novo ser que precisa nascer. Que permite que a vida aconteça. 

Texto completo na coluna Gaveta Azul no site da Revista Philos.

Acima, foto 120mm em dupla exposição do ato organizado pelo Teatro Oficina em defesa do Parque do Rio Bixiga, na Avenida Paulista, em agosto de 2018. Aqui você vê a série de fotos completa, “A alegria é subversiva”, na Revista Philos. Foto: Maria Bitarello

Universidade Antropófaga – 2ª Dentição

Photos by Maria Bitarello
Agosto-Setembro 2015 @ Teatro Oficina Uzyna Uzona
Canon AE-1 35mm: Ilford HP5 Plus
Ferrania 120mm: Ilford Delta 3200 | Ilford HP5 Plus

A alegria é subversiva

No dia 5 de agosto de 2018, um ato em defesa do Parque do Bixiga começou no vão do MASP, na Avenida Paulista, em São Paulo, e dali desceu pelas ruas do Bixiga até o Teatro Oficina e o último chão de terra livre do centro de Sampã. Rio-mar, público-atuador, festa na rua, bloco Tarado Ni Você, entidades do teatro, Zé Celso e demarcação de terra sagrada.

A série integral saiu na Revista Philos (aqui).
(Rio de Janeiro, Setembro 2020, quarentena de Covid19)

A alegria é subversiva

Teatro Oficina Uzyna Uzona
MASP | Av. Paulista – São Paulo – Brasil
Ato em defesa do Parque do Bixiga (Agosto 2018)
Portraits: Adventurer (rolleiflex de plástico) / Kodak Portra 400 (120mm)
Dupla-exposição: Ferrania / Kodak Portra 400 (120mm)
by Maria Bitarello