Os rostos de Varanasi e do Ganga

Em julho de 2016, fui pela primeira vez a Varanasi, a mais importante das cidades sagradas hindus e uma das mais antigas do mundo continuamente habitadas. Reza a lenda e historiografia que ali vive gente, à beira do rio, há mais de 5 mil anos. Essa primeira passagem pela cidade foi no período das monções e, portanto, da cheia do rio. Seis meses depois conheceria Varanasi na seca, uma experiência bem diferente, mas sempre fabulosa.

Texto e série completa na coluna Gaveta Azul no site da Revista Philos.

Todas as fotos de Maria Bitarello em 120mm. Julho 2016, Varanasi, Índia

A arte de morrer

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Manikarnika Ghat, Varanasi, Índia

Um dos momentos mais importantes em “Bacantes”, na montagem do Teatro Oficina a partir do texto de Eurípedes, é o estraçalhamento do corpo de Penteu. Um ato indissociável da entrega de Penteu a seu fim. De certa forma, é a consumação da tragédia, o ato em que o antagonista compreende e aceita seu papel. A cena é violenta e bela. Desse ritual de morte, todos são convidados a participar. Primeiro, do estraçalhamento, depois, do banquete onde Penteu será comido pelas bacantes, pelos tebanos, por todos nós; o momento da festa. Assim como todos ali presentes, Penteu percebe a situação em que se encontra, reconhece o inescapável – a morte, ali, pelas mãos delas – e abre os braços. Não resiste. Recebe. E morre.

Em dezembro, antes do fim da temporada de “Bacantes”, voltei a Varanasi, na Índia – a mais importante das cidades sagradas hindus e uma das mais antigas do mundo – e me lembrei o quão insípidos são os rituais de morte em muitas culturas.

Para continuar lendo, veja a coluna no site Outras Palavras.